14 de abr. de 2010

Projetos e projetos de vida.

Hoje vim falar de dois tipos de projetos.

Um deles é dos mais intuitivos, quase um feeling. Tudo fala pra você que é o caminho certo a seguir. Pode ser o clima, conversas que se repetem como mensagens vindas de pessoas que não se conhecem, sinais do tempo em momentos raros, um prenúncio, números que se repetem.... Não importa... É algo que sentimos que se mantivermos a fé e crença, lá chegaremos. É um sentimento forte de que por mais que tudo pareça incerto é o caminho certo a tomar.

 










Este tipo de projeto não requer um planejamento futuro, mas uma confiança próxima da crença. Os projetos de vida por outro lado...
...me parece como aquela velha humana mania de contrariar o senso natural do universo para se sentir no controle. Geralmente moldado por sonhos, crenças e expectativas quase que totalmente guiadas pelo ego, seguimos tentando impor nossos projetos de vida ao ciclo natural das coisas, contrariando e ansiando por tudo. Presumimos o resultado, planejamos, roubamos no resultado das pesquisas para nos convencermos que estamos certos e podemos burlar a ordem universal natural. É claro que as vezes (raramente) o feeling junta com a necessidade e obtemos o resultado esperado. Na grande maioria das vezes é uma infinidade de tentativa/erro que só trás frustração, traumas e medos maiores (comparados ao medo de não sermos donos do destino e dependermos de outrem) que não nos deixam ver quando a hora e o momento chegam.

As vezes penso na ironia de chama-los de projetos de vida já que nos afastam do circuito natural da vida. O ego é o pai do medo e a frustração a mãe que educam e guiam as ações da humanidade. 

No início o líder da tribo era escolhido pela sua capacidade comprovada de valores e crenças da tribo. Com o tempo líderes menos capazes criaram a monarquia para assegurar o poder para várias gerações. O medo da incompetência dos descendentes de líderes criou a Democracia e outros sistemas sociais para que todos se sentissem capazes de ser Rei e Líder por um dia ou mandato. Reinado ao alcance de todos. Filho do medo da falta de controle. O medo de ficar a margem gera outro medo que gera outro medo e o caminho honesto, sábio e autentico  primitivo se perde. O caminho autentico se perdeu pelo medo. O medo de ser superado gera gestores medíocres  escolhidos para não colocar em risco a posição dos seus superiores e que quando forem promovidos mantém a escola do medo de serem superados. 

Esse é o atual projeto de vida na sociedade.

Trocamos o simples projeto de ser pelo projeto de vida de querer ser com medo de que outro consiga antes.

A humanidade perdeu a sincronia com a vida, com o planeta e com o universo.

De que vale tentar salvar a natureza quando o ser humano se tornou uma doença fora de sincronia com o mundo? Salve a humanidade do medo de ser autêntica e verdadeira e salvará uma espécie em fase de colapso e talvez salve o planeta. Como salvar o planeta e manter suas relações quando nosso projeto de vida não inclui salvar nosso ecossistema pessoal e a forma como ele se relaciona com o ecossistema do outro ser humano.

Trocamos a Intensidade pelo Excesso, a compreensão pelo julgamento e comparação. Somos Crianças imaturas brincando de adultos numa creche universal. Abraçamos o caminho traçado pelos outros pela simples conveniência de não sermos munidos nem da coragem de tentar errar diferente (acreditem... a maioria democrática é a ditadura da mediocridade) do que a opinião média dominante do momento que é determinada por erro.
Nossos relacionamentos são frutos disso. Amamos a idéia de ter um relacionamento e Odiamos ter que nos relacionar. Nos apresentamos da forma mais eficiente e aceitável ao outro para consumar nosso amor ao poder se relacionar e criamos relacionamentos falidos quando o convívio mostra que não somos o que apresentamos no início. Relacionamentos filhos do medo da rejeição e da falta de coragem de se aceitar, se reconhecer e conscientemente se apresentar até que alguém verdadeiramente nos reconheça. E normalmente quando isso acontece, um dos dois, com medo da possibilidade da realização ou vítima de medos anteriores vacila. Pasma frente a possibilidade de realizar a mudança. Pasma pelo incerto anormal de seguir um caminho desconhecido e novo. Desconhecido porque esquecemos como era. O resto do universo lembra. Parece que só nós humanos esquecemos de como nos relacionar com nós mesmos, com os outros e com o universo (mundo ou eco sistema... como queiram).

A humanidade precisa de um projeto. O projeto de aprender a se relacionar consigo mesma e quem sabe voltar a relacionar com o mundo que o cerca que continua bem obrigado e que se continuarmos assim, seremos a doença final do planeta que vai nos expurgar do seu ecossistema como nosso corpo faz com doenças até que outra raça mais harmônica evolua e nos substitua. 2012 não é o prenuncio do fim do mundo... no máximo pode ser o inicio do fim da humanidade e depois o mundo passará muito bem obrigado, afinal ele sabe se relacionar mesmo com a infinidade de espécies divergentes que nele vivem em equilibro. 

Desequilibrados somos nós neste ecossistema. Salve a humanidade e encontre o equilibro em você e depois com o outro ser humano próximo a você. Seja um Projeto diário e consciente.

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